Se você já leu o livro Pai Rico Pai Pobre, sabe que o autor Robert T. Kiyosaki ressalta muito a importância de gerar renda passiva ao fazer o dinheiro trabalhar para nós.
Esse é o primeiro passo para quem deseja usufruir de uma renda passiva mensal sem ter que trabalhar mais para isso.
Mas por onde começar? O que é necessário saber? Quanto dinheiro é preciso?
Hoje quero te mostrar 3 formas de criar renda passiva no mercado financeiro começando com pouco dinheiro.
São elas:
1. Receber juros investindo em títulos públicos através do Tesouro Direto;
2. Investir em Ações de boas empresas e receber parte dos lucros em forma de dividendos;
3. Obter rendimentos de aluguéis de imóveis através de investimentos em Fundos Imobiliários.
Apesar de você poder começar com pouco dinheiro, é necessário que você faça aportes regulares caso realmente queira construir sólidas fontes de renda passiva.
1. Receber juros investindo em títulos públicos através do Tesouro Direto
Mas afinal, o que são títulos públicos?
São ativos de renda fixa que podem ter seu rendimento dimensionado no momento do investimento.
Ao comprar um título público, você empresta dinheiro para o governo brasileiro em troca do direito de receber no futuro uma remuneração por este empréstimo.
Por sua vez, o Governo Federal utiliza estes recursos para financiar obras de infraestrutura, saúde, educação, entre outras.
O programa Tesouro Direto, desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 (Bolsa de Valores), permite desde 2002 que pessoas físicas possam participar desse mercado.
Para negociar os títulos, você precisa abrir conta numa corretora de valores, a qual atuará como intermediário entre você e o Tesouro Nacional.
O valor para investir é bem acessível. Com valores a partir de R$ 30,00 já é possível começar a comprar seus títulos.
Uma das vantagens de investir em títulos públicos é o maior grau de segurança, pois é amplamente garantido pelo Tesouro Nacional.
Dificilmente o Governo Federal deixará de honrar seus compromissos. Na pior dos cenários econômicos ele ainda poderá imprimir mais dinheiro para pagar seus empréstimos.
Quais os tipos de título público?
No site do Tesouro Direto você pode escolher entre dois tipos de títulos:
Títulos Prefixados
Este tipo de título permite que você saiba antecipadamente qual será sua rentabilidade se você permanecer com ele até a data de vencimento.
Os títulos disponíveis nessa modalidade são:
Títulos Pós-fixados
Neste caso, os títulos têm seu valor corrigido por um indexador que pode ser a taxa básica de juros (Selic) ou o índice de inflação (IPCA).
Assim, a rentabilidade da aplicação é composta por uma taxa predefinida no momento da compra do título, mais a variação de um indexador.
Os títulos disponíveis nessa modalidade são:
Por quais títulos começar?
Quando você está começando a construir uma carteira de investimentos visando o recebimento de renda, você deve focar em acumular patrimônio.
Se você estiver nesta fase, eu indicaria que você escolhesse os títulos sem pagamento de juros semestrais:
- Tesouro Prefixado (LTN)
- Tesouro Selic (LFT)
- Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
Dessa forma, você paga o imposto de renda apenas no vencimento dos títulos ou quando decidir vendê-los.
Isso lhe garante alíquotas de IR menores, além de aproveitar o efeito dos juros compostos por mais tempo.
Outro ponto é que você evita ter que ficar reinvestindo os juros toda vez que eles são pagos, uma vez que você está na fase de acumulação de patrimônio.
Agora se o objetivo já é passar a receber os cupons de juros, você terá duas opções:
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
- Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)
Fazendo uma busca rápida no site do Tesouro Direto, verifiquei que os títulos com pagamento de juros semestrais disponíveis possuem as seguintes datas de pagamento:
Títulos | Datas |
Tesouro Prefixado c/ Juros Semestrais (NTNF) | 01/jan e 01/jul |
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais (NTNB) | 15//fev e 15/ago – 15/mai e 15/nov |
Assim você pode compor uma carteira de títulos com diferentes datas de vencimento para receber os juros do seu investimento.
O seu principal você receberá no vencimento do título ou quando decidir vendê-lo.
Quais os custos para se investir?
Para investir no Tesouro Direto existem alguns custos:
- Taxa de Custódia B3: atualmente em 0,25%, é cobrada pela B3 sobre o valor custodiado;
- Taxa do Agente de Custódia: taxa que pode variar conforme a corretora. Hoje a maioria das corretoras isentou os investidores dessa taxa. Mas é bom ficar atento.
- Imposto de Renda: segue a tabela regressiva, ou seja, quanto mais tempo seu dinheiro ficar investido, menor será a alíquota do IR.
Você paga o imposto no vencimento do título ou na venda antecipada. No caso dos títulos com pagamento de juros semestrais, o imposto recai sobre cada pagamento semestral efetuado.
2. Investir em ações de boas empresas e receber parte dos lucros em forma de dividendos
Ao decidir investir em ações, a primeira coisa que você deve lembrar é que você está se tornando sócio de empresas de verdade.
Essas empresas possuem clientes, fornecedores e concorrentes, e são afetados por fatores políticos e econômicos.
Além disso, o fato de suas ações serem negociadas na bolsa de valores, as fazem enfrentar as variações de “humor” dos investidores, o que pode causar grandes oscilações no preço dos ativos.
Portanto, se você deseja entrar nesse mercado, precisa entender como ele funciona e adotar uma mentalidade de investimento de longo prazo.
Principalmente se você desejar obter renda passiva através do recebimento de dividendos.
Quando falamos em ações, muitos devem logo pensar na figura do Trader, que realiza diversas operações de compra e venda no mesmo dia, procurando obter um percentual de lucro sobre suas movimentações.
Nosso objetivo mais uma vez, não é negociar ativos no curto prazo e sim acumular patrimônio para geração de renda.
A melhor forma de começar a investir em ações
A melhor estratégia para começar, principalmente para quem não tem muito capital, é fazer aportes mensais regulares.
Quanto mais ações você adquirir ao longo do tempo, maior será sua participação nos lucros distribuídos pelas empresas.
Para que haja um crescimento consistente da sua renda passiva, é necessário que todos os dividendos ou juros sobre capital próprio (JSCP) recebidos sejam reinvestidos na compra de mais ações.
Além dos dividendos e JSCP, algumas empresas também realizam bonificações de ações, que nada mais são do que a distribuição de novas ações de forma proporcional ao número de ações de cada acionista.
Quando alcançar um valor que você julgue adequado, poderá usufruir dessa renda passiva.
Quais os custos para se investir?
Os principais custos para o investidor são:
- Taxa de corretagem: taxa cobrada pelas corretoras que foi bastante reduzida em razão da concorrência entre elas. Teve corretora que zerou a corretagem.
- Emolumentos: taxa cobrada pela B3/CBLC. Algo em torno 0,03% sobre o valor da operação de compra ou venda de ações.
- Taxa de Custódia: taxa cobrada pela CBLC. Muitas corretoras também isentaram os investidores dessa taxa.
- Imposto de Renda: o IR sobre o lucro é de 15% somente nas vendas mensais acima de R$ 20 mil. Caso você compre e venda no mesmo dia, o que não será o nosso caso, o IR é de 20% sobre qualquer lucro auferido.
Com relação aos proventos, os JSCP são tributados na fonte em 15%, enquanto as bonificações e dividendos são isentos de imposto de renda.
Trabalhe na construção de uma carteira de ações de boas empresas e com visão de longo prazo.
Aproveite também os períodos de crise para encontrar as grandes barganhas, que são as empresas de grande valor, mas com preços baixos.
E lembre-se, quanto mais ações, mais dividendos.
3. Obter rendimentos de aluguéis de imóveis através de investimentos em Fundos Imobiliários
Você deve conhecer alguém que invista em imóveis físicos, certo?
É uma boa forma de geração de renda, só que você precisa ter um capital inicial elevado.
Além disso, administrar um imóvel alugado dá muito trabalho.
O inquilino que atrasa o aluguel, a necessidade de realizar reparos, pagar imposto de renda…
Mas se você sempre quis investir em imóveis, mas ainda não tem muito dinheiro para começar, não se preocupe.
Há uma forma bem mais barata e prática de participar desse mercado. Com apenas R$ 100,00 você já pode começar a investir a partir da sua corretora.
Estou falando dos fundos de investimento imobiliário, mais conhecidos como FIIs.
Os FIIs são fundos de investimento formado por um grupo de pessoas que desejam investir seus recursos em diversos ativos imobiliários, tais como:
- Lajes corporativas;
- Galpões logísticos;
- Shopping centers;
- Hospitais e universidades;
- Ativos financeiros, como LCIs, CRIs.
O dinheiro que você aporta em um fundo imobiliário em conjunto com outros investidores, é utilizado por este fundo para adquirir um ou mais ativos imobiliários.
Uma vez que o FII adquiriu estes ativos, você pode ganhar de duas formas: rendimentos mensais ou valorização das cotas.
Como o que nos interessa é o recebimento de renda recorrente, nosso foco será nos rendimentos mensais gerados através da locação dos imóveis (aluguéis) ou pelo pagamento de juros dos ativos financeiros.
A valorização das cotas para uma eventual venda futura, deve ser vista como um bônus.
Vantagens e Desvantagens
Investir em fundos imobiliários é uma das melhores formas de você gerar uma renda complementar ou até mesmo para a sua aposentadoria.
Além disso há outras vantagens:
- Facilidade para negociar cotas através da sua corretora;
- Ativos com maior liquidez em relação aos imóveis físicos, facilitando sua negociação;
- Pagamento de rendimentos mensais;
- Isenção de imposto de renda sobre os rendimentos;
- Participação em grandes empreendimentos;
- Redução do risco, devido à diversificação de ativos;
- Gestão e administração profissional que seleciona os ativos e cuida dos detalhes burocráticos.
Já entre as desvantagens ou riscos de se investir no mercado de fundos imobiliários, podemos citar:
- Os ativos são escolhidos pelos gestores, ou seja, você não tem participação na seleção dos ativos que vão compor a carteira do fundo;
- Há o risco de vacância, onde o locatário pode deixar o imóvel, gerando perda de receita até que se consiga um novo inquilino;
- Inadimplência, caso o locatário atrase ou não pague o aluguel;
- Por se tratar de um ativo de renda variável pode haver variação das cotas no curto prazo.
Há que se considerar, que essas características são inerentes do mercado imobiliário como um todo.
Não podemos nos esquecer, que apesar de negociarmos cotas de fundos na bolsa de valores, os ativos são reais.
Mesmo com alguns riscos, a facilidade que você terá em negociar as suas cotas, será imensa se comparada à de um imóvel físico.
Para minimizar seus riscos, o ideal é que você construa uma carteira diversificada, com vários fundos, de preferência multi-imóveis, multi-inquilinos e de diferentes categorias.
A diversificação é a melhor proteção contra qualquer risco.
Quais os custos para se investir?
Como mencionei anteriormente, os fundos imobiliários possuem administradores e gestores que são responsáveis pelo funcionamento do fundo e tomada de decisões em relação aos ativos.
Para tanto, esses profissionais são remunerados através da taxa da administração, cobrada sobre o patrimônio líquido do fundo.
Além da taxa de administração que é descontada diretamente no fundo, o investidor ainda poderá pagar:
- Taxa de corretagem: taxa cobrada pelas corretoras. Muitas corretoras zeraram essa taxa para fundos imobiliários.
- Emolumentos: taxa cobrada pela B3/CBLC. Algo em torno 0,03% sobre o valor da operação de compra ou venda de cotas.
- Taxa de Custódia: taxa cobrada pela CBLC. Assim como acontece com os títulos públicos e ações, muitas corretoras também isentaram os FIIs dessa taxa.
- Imposto de Renda: o IR de 20% será devido somente sobre o ganho de capital auferido com a venda de cotas. Já os rendimentos de aluguéis distribuídos mensalmente, são isentos de IR.
Conclusão
Warren Buffet tem uma frase que diz o seguinte:
“Se você não achar uma forma de ganhar dinheiro enquanto dorme, você vai trabalhar até morrer”.
O que você acha de deixar o dinheiro trabalhar para você então?
Como você pôde perceber, gerar renda passiva através destas 3 opções é bastante simples e barato.
Hoje o processo para se abrir uma conta numa corretora foi muito facilitado.
Você pode fazer tudo pela internet e dependendo da corretora, sua conta estará aberta em 1 dia útil.
Portanto, não perca tempo. Continue aprendendo, mas comece a investir agora.
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